A Fazenda Santa Francisca do Camanducaia – Jaguariúna-SP – até hoje ostenta um belíssimo casarão colonial do século XIX, que foi moradia da família de Amâncio Bueno, fundador da cidade de Jaguariúna. Traz em sua paisagem o rio Camanducaia, com sua importância socioambiental, um remanescente de mata atlântica, e também um passado histórico que remonta à época áurea do cultivo do café no país. A antiga fazenda colonial escravocrata, produtora de café, com a queda da bolsa de 29, abraçou a monocultura da cana de açúcar e de grãos e a produção de aguardente. Posteriormente, apostou na criação de gado, na reprodução de gado de raça e na produção de leite. Foi parar nas mãos de uma grande empresa transnacional da indústria do petróleo, que pretendia transforma-la em um clube de golfe para seus altos executivos.
A velha leiteria que abastecia a empresa Parmalat na década de setenta, com seus longilíneos telhados e cochos, suas antigas máquinas holandesas, na época, de última geração, que ordenhavam automaticamente o gado, virou uma ruína abandonada. Mas, o espaço foi recententemente restaurado e rebatizado Estação Francisca, para abrigar eventos e ser também um local de visitação de escolas, exposições de arte e de atividades culturais e gastronômicas.Afinal, todo esse passado precisa ser ressignificado. Hoje, a fazenda e a antiga leiteria estão se tornando um espaço de vivenciais culturais, de preservação e recuperação da natureza e da história, um lugar para se repensar a nossa relação coletiva com a natureza e com o mundo. Pois está cada vez mais claro, sem uma educação crítica e uma práxis calcada na proteção e recuperação do meio ambiente, não há futuro.
